A noite que não terminou.



Não chegou nem perto da maior tragédia já vista no mundo. Milhões, dezenas de milhares de pessoas suplicando alimentos, abrigo, atenção. Não chegou nem perto da maior tristeza que já senti, da maior dor, da maior perda. Mas destroçou o coração de milhares de pais, mães, tios tias avós avôs irmãos sobrinhos primos vizinhos amigos desconhecidos. Hoje, o céu se apossou e empossou centenas de estrelas. O céu se iluminou. O vento ainda não levou consigo a angústia e a dor sentidas nesse vinte e sete de janeiro, mas os gritos de "Ah, eu sou gaúcho e tenho orgulho disso!" ecoam em cada esquina do Brasil. Jamais se viu tamanha movimentação-imediata-pós-tragédia como foi visto hoje. Histórias, trajetórias por cumprir foram ceifadas de uma forma repugnante nessa madrugada. Entendo o porquê essa tragédia mexeu tanto com o que ainda -Graças a Deus- há de bom em mim. Centenas de jovens sustados pelo vento e empurrados contra um caminho sem volta, um caminho sem escolha, um caminho sem luz. Mas, e a lógica disso tudo? Leis mais rígidas para segurança em boates? Pais mais atentos com seus filhos menores frequentando festas proibidas? Compaixão? Respeito com a vida do próximo? Não. Falo em lógica, não em consequências, "Se's" ou "Talvez'es". A regra é clara "você só vive uma vez." Independente de religião, crença, credo, cor ou classe social: Ame seus pais como se não houvesse amanhã, abrace seu cachorro, durma muito, coma bem. Vá a festas, beba uma, duas, vinte cervejas, mas saiba que, o que for feito nessa vida, se paga aqui. Você pode estar com 30 anos e morrer numa overdose. Você pode estar com 95 e casado a 70. Mas, se hoje você não disser que ama seu filho, amanhã pode ser tarde demais. Planeje, mas realize, afinal, há 245 sonhos que não sairão do papel.


"Que é pra que n'uma noite de escuridão, a gente encontre uma só razão para continuar"

#ForçaSantaMaria

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