ô Ana, cê sai tão cedo...
Vou correr o mundo de bicicleta
quem sabe um dia eu vire atleta
ou até mesmo um aviador
dizer que um dia eu só via a dor
de longe, do jeito que é
sem pinceladas de impressionista
quem sabe um dia vire um artista
pra não cansar de não entender
e ser feliz como devo ser
por ser assim tao surrealista
sem pista alguma de algum sentido
me ajudaria ser um soldado
pra ter trabalho e futuro dado
crescer prum dia ser capitão
lutar com homens ou com um dragão
ou ficar quieta pra esperar que um inesperável furacão
me leve pro meio do mar
ser marinheiro, não ter dinheiro
viver de brisa, só tirar onda
se não der certo sou bailarina
de barco, um branco de cartolina
correndo lá ladeira abaixo
mas se eu pudesse eu seria o barco
não precisar nem de gasolina
só de uma chuva e de um vento farto
sempre pra frente, descer colinas
até parar num velho quintal
pra que um garoto pousado em tédio
sentindo falta de ser maroto
de mim fizesse um avião
teria um riso de ver meu salto
eu, leve brisa, seria um voo
e morreria bem lá no alto
terminaria minha vida em voo
e morreria no fim de um salto
quero morrer deitada em ar
mas eu que sou sonhar tao fácil
só faço mesmo é imaginar
emendo letras e repouso
pra terminar tudo num palco
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