mesversário de um novo tempo ou você sabe bem me manter


Eu te amo pelas coisas que não falam. 

Pelos olhos que gritam. 
Por tudo aquilo que não se consegue expressar em palavras.




Eu não consigo nos explicar em palavras. Essa tem sido uma dificuldade enorme nos últimos três anos. Sinto que te rebaixar a palavras simples desmistificaria o tão imenso nós. Por isso te amo calada e, quando poemo, sofro desmedida de ausências. Do cheiro, da voz, do toque. Arrebento muros dentro de mim para me permitir sentir a falta sem me afundar nos poços do peito. Acho que cresci bastante nos últimos tempos. Aprendi a respeitar espaços e parei de usar aliundes eternos para justificar as coisas. Eu penso e logo falo tudo aquilo que estou sentindo naquele momento, assim como você o faz. Afinal, não se pensa amor. Não sozinho. Não se racionaliza o amor sentido. Amor é o que se vive. Há de se considerar que a efemeridade das coisas não nos permite que pensemos com a mesma intensidade que sintamos. No entanto, a construção das pontes da convivência ensejam um bom diálogo e a gestão das coisas para a realidade. Ora, o amor só é imaculado quando nos contos, onde a história é conduzida para o final feliz. O cotidiano se faz presente e é desmedida a ânsia de certezas mundanas. Afinal, a certeza de um futuro próspero, casa, filhos, bom emprego, a espera de um companheirismo -por óbvio- eterno bate à porta junto com as batidas do ponteiro do relógio. Veja, falo sobre o esforço de vontades para que tudo isso aconteça e que, para isso, é necessário que haja a compreensão da imensidão do amor (que acontece sem esforço). Percebe o paradoxo? Pois, na curva do teu pescoço, assim de costas, eu encontrei o sentido de tudo. Meu amor se cospe sozinho de dentro de mim, como quem expulsa de si tudo que tem. Ele acontece sem esforço, como dito. Conquanto, o querer estar onde se está é a maior mola propulsora ad eternum. O conjunto de esses dois fatores é a receita mágica do nosso sucesso, creio eu. A partir daí não se justifica com palavras, não se procura sentido nas entrelinhas, não se busca explicação para o agora. A ansiedade evapora e se percebe que o cultivo do amor é diário e espontâneo. É lento e constante. É abdicar de si para doar ao outro, de todo coração e com certeza involuntária e recíproca. O pão preferido no mercado, o café passado. O saber calar quando necessário. O acordar cedo tão somente para fazer companhia. Hoje engordo meu ouvido com a paz do teu sussurro no nosso colo-casa. Teus conselhos, advertências, paciências, persistências me fazem respirar esse ar-de-campo-limpo. Eu já não peço mais nada. Meço teu corpo no meu e encontro abrigo seguro por fora de todos os muros de mim. Entendo o que me é jorrado pelo fundo dos teus olhos e, mesmo nessas ausências estranhas (tamanhas) encontro todas as certezas que preciso no silêncio do nosso quarto. A mente divaga enquanto sós viajamos por dentro dos olhos uma da outra. Se você me pergunta o que sinto, respondo com meias-palavras querendo dizer 'você'. Eu sinto você. Ainda. Hoje. Sempre. Imploro você por todos os poros. A minha pele quer a sua para colar e bordar e pintar e tatuar pra sempre, como os nossos pássaros-adolescentes-mal-feitos que me lembram o tamanho dos nossos corações juntos e a intensidade e altura do nosso voo. Eu abdico de todos os entretantos se você sempre ficar. Revivo começos todos os dias. Te prometo flores e massagem nos dias difíceis. Afloro (e compartilho) as tuas ânsias e vontades. Comemoro nossas conquistas diárias. Devoro o teu corpo que pede a minha visita, minha vista, minha visão do teu mundo e, saiba: ainda que sinta orgulho do sólido nós, meu coração sempre vai pedir a aventura do teu peito. O amor surreal dos livros e as mãos dadas no hoje eu encontro com você. Prometo sempre te dar meu mundo que, no fundo, sempre foi seu. (As coisas falaram)


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