Curta, só a vida.





O difícil é se adaptar com a ausência. Ausência do toque, do cheiro, do gosto doce da boca. É difícil ser inerte ao tempo, não reclamar da distância ou não insistir no erro. É difícil saber que é um erro. Teus braços até então acalentavam meu sono, amparavam meus deslizes, suportavam minhas quedas. Teus olhos guiavam minhas escolhas, impulsionavam todos os músculos do meu corpo à um simples objetivo: Ter-te. No vai e vem de teus desamores, rumores, suposições, aborreço-me em outro copo, derramo novas lágrimas por antigas preocupações. Mas veja, é agosto menina. Mês do cachorro louco, das bruxas à solta. Chove tanto em agosto... Lava minhalma dentro de tua tempestividade augusta, pequena. Impermeável, inabalável, alheio ao frio, em agosto, lhe juro: Chega de ter-te. De ter. De Deter-te. Deter-me. É mês de um amor só meu, tempos de cintilar nas nuvens tênues de agosto o estrondoso Astro Rei. Ter-me-ei. 

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