Sobre dançar e um punhado de sonhos


Gosto de dançar contigo.

Aprendi devagarinho como se trata e como se cuida de um amor brando, mas arrebatador. Me peguei pensando, noite dessas, nas nossas jantas com os amigos, nas quais eu te puxo pelo braço e a gente sai bailando corredor afora e tu me olha fundo nos olhos sem medo nenhum das estrepolias que eu te convido a fazer no ar, e a gente dança como quem não sabe dançar e se ama como quem nunca amou antes. Eu cozinho, você lava a louça. Eu vou pro banho e você escova os dentes. Eu boto o relógio despertar mil vezes pra dar tempo suficiente do teu sorriso morno assustar o sono, e então a gente se veste e vai correndo pro carro, que já está carregado com as malas e o violão, rumo à praia num bate-e-volta de fim de semana pra rearmonizar os ares. Sabe, eu programo nossa rotina mais obsoleta: desde quem compra o filtro da cafeteira, até quem vai escolher o filme no sábado-de-noite-de-ficar-em-casa. Quero vida de ver tv no domingo, reclamando do Faustão. Quero tua testa enrugada quando eu dou um pigarro. Quero teu sinal de negativo com a cabeça quando passa pelo banheiro e vê que eu tô lá de porta aberta. Eu quero teu beijo com gosto de noite bem dormida e eu quero teu abraço amassado no meu abraço. Quero rir abraçada na tua cintura quando tu tiver que passar a roupa e quero chorar contigo quando alguma coisa não der certo. Eu quero passar meses escrevendo nossos votos e eu quero permanecer nessa simplicidade que nós somos quando estamos deitadas na tua cama sem hora pra despedida. Quero continuar dizendo que você é minha sorte e que é pra ti que escrevo todas essas coisas sem nexo nenhum mas cheias do sentimento mais puro que eu já senti. Quero viajar pra Paris e quero passar uns dias no campo. Eu quero que todo dia 21 seja uma renovação do amor que a gente sente. Eu quero decorar teus vícios e quero que tu decore os meus. Quero lembrar infinitas noites do teu sorriso desengonçado quando eu te pego no colo e, por fim, que eu permaneça sem palavras pra explicar esse infinito que doamos uma à outra, seja quando dançamos, seja quando deitamos, seja quando você sorri.

Comentários

Postagens mais visitadas