Cinco pras seis

Eu só quero o dengo do teu final de semana, sem precisar pensar que na segunda tem trabalho, estudo e todas essas responsabilidades mundanas.
 Eu quero me reapaixonar, daquele jeito da gente, debaixo do edredom, contigo abrigada no meu ombro falando da vida. 
Eu quero cantar e dançar cozinhando pra ti e sentir teus braços me envolvendo devagar, por trás, me trazendo pra ti.
 Eu quero ficar em brasa, no banho, quando você me surpreende embriagada de amor por mim. 
Eu quero sentir aquele feelin’ da meia luz que entra pela janela do teu quarto, enquanto eu me policio pra não te acordar com minhas risadas ao te ver dormir. 
Eu quero te passear pelo meio fio da tua rua, com teu cachorro, pra que tu te enxergue feliz dentro do meu olho.
 Eu quero te escrever rápido assim, com essas borboletas no estômago, contando as horas pras seis.
 Eu só preciso escutar as tuas histórias por mais um fim de semana inebriada na curva da tua nuca.
Já são quase dois e eu ainda me sinto como no primeiro dia, querendo te trazer de dentro do meu sonho.
 Eu quero te sentir no céu da minha boca, no pé do meu ouvido, eu quero, mais uma vez, me despedir da saudade e provar da gente.
Eu quero.
Eu vou.
Às seis.


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