something about my old diary #1 ou o que eu penso sobre amor

Revirando gavetas, encontrei meu primeiro diário. Nele, além de fatos cotidianos, eu compartilhava poemas, músicas, histórias, crônicas do cotidiano de quem, com treze anos, acreditava carregar o mundo nas costas. Hoje, dez anos depois, releio algumas coisas e me encontro absolutamente imersa no continente de amor que eu descrevia, sem sequer ter provado dele. Dos pequenos fragmentos aproveitáveis dessas memórias, fiz uma coletânea. Algumas releituras foram necessárias, e começo pela mais simples delas, que eu carinhosamente apelidei (à época) de "o amor que eu penso sobre amor".


Para ouvir ao som de Snow Patrol - Crack The Shutters

o que eu penso sobre amor

Falo de amor como se contasse história.
Muitas até nem vivi, outras voei 
e criei ninho em fio alheio.
(...) 
Sempre quis um bom amor para contar
cantar
sonhar
ser piegas, sem receio
Hoje me contento com pouco: escrever sobre projeções de amor
Falar de cheiro, choro
gosto e beijo
Falar de falta de abraço, espera por toque e reconciliação
falar de calor e de frio
alternadamente
e na mesma proporção
Hoje eu nem busco mais abrigo,
pois descobri que o lugar mais seguro
é justamente no meio 
do perigo
(...) nele a gente fica mais atento
pois buscar amor 
não é o mesmo que encontrar alento
aliás, falo de perigo 
como se não morresse o tempo todo
como se a coragem de ser de alguém
fosse maior que o sopro
de alcançar o topo
da inconstância do meu amor
Ah, eu nem sei se vivo
E transbordo amor por todos os poros
é ambíguo
pois nem sei por quem
respiro
assim, descobri que 
quero o amor no sentido erudito da palavra
Proteção
pilar de sustentação
do lado que normalmente não se vê
e sinceramente, eu não sei você
mas sair do primeiro lugar
é como água de cachoeira a escorrer:
bate em mim -pedra- pra moldar
lavar
e deixar ser


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