né?

Estou me relendo. Trocando a pele, acho eu. 
Troquei o emprego, de novo. É mãe, tenho crescido por dentro. Acrescido ao mundo, espero eu.
Não vejo mais graças nas piadinhas da gurizada, não escrevo mais como antigamente.
Agora eu tenho foco. Foco no nada que tudo se tornou.
Esmaeço a cada dia que passa.
Desapareço por entre todos esses muros pintados de cinza.

Estou me recompondo. Buscando outros ares.
Queria ir pr'aquela trip em Londres, pra India ou pra qualquer lugar bonito que eu tenha visto nos filmes.
Não tenho mais visto filmes, mãe.
Tô buscando esse impossível que eu tenho incutido dentro de mim.
Não tenho lido mais.

Tenho sobrevivido à esses dias frígidos, sobrepostos de tons escuros.
Acho que tô amando, mãe.
Tô amando me amar.
E me amando tenho amado amar o amor.
Aí tudo tem ficado mais colorido, sabe?

O céu que eu busco é tão azul.
Sem esses tons pastéis que vejo nas roupas da moda de hoje.
Eu não sigo a moda, mãe.
Mas eu nunca segui, né?

Tenho sentido tua falta, mãe.
Mas logo menos, eu volto pra pele de antes.
(Acho eu)


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