O amor não se cansa de me dar coragem


o amor veio em flor, nessa primavera atemporona. Veranico intempestivo, nos trouxe de volta aos lagos, às viagens, às tão esperadas indiadas ao sol. Sou uma apaixonada pelo amor. O amor se manifestando no brotar da semente, no orvalho secando, apaixonada pelo amor em todas as formas nos raios de sol. O amor, pra mim, veio com as mãos pequenas. Temperamental que só ele, gringo que só ele. O amor, pra mim, veio de saia leve acima do joelho, azul de preferência. Veio na luz baixa, no sussuro do precisar e procurar no escuro. O amor, pra mim, veio a pé, debaixo de uma lua mágica de julho, numa Avenida, 3, em agosto. Surgiu sorrateiro, olhando nos meus olhos, pequenos. O amor, em mim, surgiu tímido, faceiro. O amor, pra mim, tem toque macio e voz de mulher. Ele não é perfeito e está longe de ser, mas amor não exige, não se exige. O amor, pra mim, tem cheiro doce e um sorriso de derrubar qualquer medo. O amor não cansa. É um balão vermelho que nunca estoura. O amor, pra mim, não chega a 1,60, mas tem braços enormes que são minha casa o ano todo. O amor me ensinou a pedir na hora de chorar, a pensar na hora de reclamar, a relevar na hora de estourar. O amor, pra mim, é essa paciência de se esperar, de estar leve em si mesmo. É de dentro pra fora e não existe amor naquele que não se ama primeiro. É um fora, de fora pra dentro. O amor detesta intelectualidade demais, mas também odeia ignorância. O meu amor gosta de sorrisos e diz que o meu é grandão. O amor, pra mim, tem o olho castanho e a unha azul. O meu amor já era, antes de ser. Sou uma apaixonada pelo amor, que aproveitou seus vinte segundos de coragem (inesgotáveis). Viva ao amor, já que o ele nunca me deixa cansar de ter coragem.

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