sobre o nosso infinito ser maior que os outros ou 365º



A gente começou meio sem emblema. Sem expectativa nenhuma meus olhos se aproximaram dos teus. Apresentamos os nossos agoras e nenhuma de nós era mais pedaços. Era uma noite de lua linda, e minhas bochechas ferviam de calor. A gente começou totalmente sem emblema. Ninguém nos apresentou e disse: essa é a fulana e certamente vocês darão certo. Você me achou e eu te achei, despretensiosamente. Falávamos de liberdade, de viagens, e eu te fiz gostar de um eu que eu queria ser. Eu gostei do teu eu puro. Eu te perguntava das bandas, você mal me olhava, e a gente, com calma, foi. Quando se olhava, se beijava, lembra? Aliás, foi você quem me beijou primeiro. Desde o início teu silêncio não me incomodou. A gente foi falando de vida, de gente, do antes e do depois. Ouso dizer que a gente falou demais, assim, de início. Nunca tive esse costume de abrir minhas portas e janelas fácil, não. A gente subiu escadas que nos levaram a um patamar que eu jamais imaginei chegar com alguém. A gente aprendeu a se resolver, sem contar pro mundo. Eu aprendi a me resolver, sem contar pro mundo. A gente se mergulhou tão fundo, que eu posso dizer que ninguém me conhece tão bem quanto você (e eu ainda insisto em te contar coisas como se fosse a primeira vez). A gente compartilhou os medos, trocou os telefones e passou a se ver quase todo dia. Eu pegava a estrada, às vezes, pra te ver meia hora, depois do intervalo da aula. Você, arriscava a confiança dos seus pais, ficava sozinha na beira da estrada, vinha cansada me ver. A gente se apaixonou. Foi aí que a saudade se transformou na casa onde mora o amor. E aí eu comecei a pegar a estrada sempre. A aula não importava se você não estivesse e, ah, eu recuperava depois! A gente, enfim, foi o amor que sempre esteve. O amor que já era antes de ser. O meu amor, esse torto, todo bruto, surgiu pra ser teu. O teu, esculpido, surgiu pra ser meu. Eu acredito muito nessa coisa de conspiração do universo. Os astros, estrelas, sóis, orixás, entidades, certamente olharam lá de cima e disseram: Ali, ali é essência, fazendo com que eu abandonasse todas as minhas capas, todas as minhas marcas. A gente, com muita dificuldade, superou umas barreiras criadas pelos nossos medos. A gente, com força, empurrou todos os medos pra bem longe. A gente, junto, construiu uma muralha que medo nenhum passa. A gente, foi a gente desde o instante em que se olhou pela primeira vez, e o meu medo não me deixou ver. Eu aprendi a dormir abraçada, sem aula nenhuma. Eu aprendi a esperar, a poupar, a caminhar de mãos dadas. A gente construiu uma casa pra saudade, e o amor não mora mais lá. Hoje, o amor mora dentro da gente. O amor mora dentro da felicidade que é acordar e ter esse nosso amor de post-it. O amor mora na nossa geladeira amarela (ou vermelha), nos nossos gatos, no apê bagunçado, no nosso junto. Hoje, a gente vive junto, só que em casas diferentes. A gente tá separado, mas, telepaticamente, grudados. Há um ano, tudo que eu te ofereci foi o meu agora remendado. Hoje, eu te ofereço o meu sobrenome nos teus filhos. Ainda bem que a vida muda!

E a gente passou a voar de balão por sobre as novas auroras. Era o sonho dentro do sonho!




E aí, contigo no banho, comecei a escrever poeminhas, pra tu sorrir!

poeminha pra tu sorrir

eu amo teu olhar desarmado, teu abraço apertado, os teus beijos roubados.amo como minha camisa fica linda em ti, como teus cabelos caem nas tuas costas, como tuas unhas ficam lindas naquele azul.eu amo o teu acordar mansinho, quase que pedindo um carinho, toda vez que a gente amanhece.eu amo tua transa na luz baixa, início da noite ou meio da tarde, quebrando os espaços vazios das conversas.eu amo o teu tom de voz firme, a forma como tu pronuncia as palavras, e teus lábios salientes por causa do aparelho.eu amo o teu jeito de se vestir e a forma como tua calça acaba ficando grande na perna.eu amo como tua voz muda quando atende o telefone e vê que sou eu, e quando fica aquele silêncio bobo de dar abraço e não poder.eu amo quando eu digo que te amo na hora de ir pra casa e tua cabeça vira um pouquinho, e quando tu me pede silêncio na porta, pra ninguém nos ouvir. eu amo segurar a tua mão, e como ela aperta a minha quando tem alguém prestes a nos separar na rua.eu tenho te amado vinte e quatro horas por dia, por trezentos e sessenta e cinco dias.eu amo ser tua.




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