O que eu quero de nós é o que você quer de nós

Eu quero que a gente ande de pés descalços na areia. Que você gire dançando, que eu tente te levantar um milhão de vezes e que pelo menos uma vez a cada dois meses a gente tome um banho de chuva para lavar a alma. Eu quero que você veja o mundo mais fácil, menos duro, mais azul, menos cinza. Eu não aceito entrar na sua vida, se não for pra te colorir. De estragos eu tenho uma coleção, e nela estão cicatrizes, perdas, quedas, socos e pontapés no ar, de lá e de cá. Se for para te machucar, eu nem vou. Se for para me enganar, nem vem. Você pode pegar qualquer livro meu emprestado. Quando tiver insônia, pode me acordar. Se chorar, vou ter um lenço para você enxugar as suas lágrimas – aprendi isso nos filmes. Se alguém melhor aparecer, finge que nem viu, vira para o outro lado, costura um sorriso todo cheio de segurança em mim. Fica na minha estante, no meu sono interrompido, no meu aconchego atrapalhado. Não precisa nos comparar com ninguém. Deixe que cada um tenha o seu “cada um”, e nós o “nosso”. Não precisa acordar no meio da noite se perguntando onde estou. Eu vou estar fazendo o mesmo. Não se preocupe com futuros incógnitos. Os imprevistos é que firmam o amor. Não precisa correr, o relógio sabe bem a sua hora. Mas também não precisa parar no meio do caminho, diminuir o passo; não nos deixe para trás. Eu quero só dividir contigo esse meu jeito bobo de ver o mundo, a minha crença em coisas bonitas e a minha vontade de pés na areia e banhos de chuva. E que a leveza da vida nos guarde na palma da mão – assim, ficamos eu, você e muitas linhas do destino a se esbarrar.

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