Acredita

Hoje choveu o dia todo. Eu olhava pela janela e enxergava um cinza dissimulado, escondendo os prédios. Os carros buzinavam, as telhas ruíam, as pessoas corriam: em dias como o de hoje, a cidade vira um caos. Escorei o ombro no marco da sacada e pensei no que tu poderia estar fazendo. Distraí a cabeça por alguns segundos, mas logo o peito martelou junto do ponteiro do relógio. Tanto tempo já passou e eu continuo querendo aprender você. Vejo que há tanto de ti para ser descoberto além do tanto que eu já sei. Confesso, por já saber, deveria me recobrir de calma. Mas, romantizando minha angústia, peço para segurar firme na tua mão enquanto eu aprendo a gente. Meus vinte anos de boy thats over baby, e o inferno astral de outubro também se foi. Quero ter o tempo longe dos ombros, pra poder te olhar com calma enquanto teu corpo se deita na nossa cama e tua cabeça repousa no meu travesseiro, pedindo um abraço. Não vejo a hora de olhar nos teus olhos e enxergar os meus. Que haja a paciência necessária para seguirmos a mesma jornada, em busca do mesmo horizonte, afinal: a gente já era antes de ser. Acredita. 

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