convalescência








Te sinto escorregando das minhas mãos. Amor é singular, mas não sozinho. Tenho me preenchido de distâncias, afim de te abastecer de certezas. Que amor é esse que carece de certeza? A saudade já inunda, e o peso no travesseiro não mais é de tua companhia. Onde nos despimos das vontades? Atravessaria a cidade por um beijo agora. E é o seu. É o seu corpo. É a sua voz. Essa é a minha certeza. O que mais posso alcançar à ti? Tenho o suficiente nos teus olhos, me desculpe se não posso amar por ti e, ainda que fosse passível de entendimento todo esse caos que você gerou, não seria motivo de noites como essa. Mais uma, aliás. Nessas horas, quem escorrega pelos teus dedos, sou eu, porque amor não é súplica. É caso mal pensado, é romance tentado, passo errado na ânsia de acertar. Posso tropeçar, me enganar, magoar. Amor é o que quiser ser, sem ter que pensar muito sobre, porque se precisa de explicação, não é amor, é palestra. Estou cansada, menina. Mas o que a gente não pode é parar de tentar, até ficar. Você quer ficar?

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