hoje de manhã eu acordei sem imagem, sem som


Desses dias cheios, te contei que não mais doía
que ao escrever, o espírito transcendia
Como se uma lâmpada tivesse entrado no meu quarto
nessas madrugadas insones
Mandando embora meus medos
sugando meus anseios
Me aumentado a ponto de me enfrentar
te buscando para me ninar

Então me colori
escrevi poemas enquanto me ri
corri quilômetros pra chegar a ti
E de sonhos, fiz mágica para contar
em um violão velho, notas pra cantar
Que já tinha casa pra morar
Um olho agateado pra olhar
Um coração gigante pra cuidar

D
a
í

Te juntei em laço
Passei a fazer parte do teu traço
e tudo ficou bonito, pronto pra embalar
De manhã quando acordo, te pergunto
tem certeza que vai me levar?
você se ri e me sorri e me abraça devagar
Me chamando de pequena-problema
fica quieta que as coisas tendem a se ajeitar

À tarde, quando dançamos
falamos de deuses e astros mundanos
trivialidades do cotidiano
enquanto me embebedo de café e você coca-cola
displicente, rebelde me pede pra aprender francês
quer ir pra Paris, Senegal,
Quer conhecer de leis
quer saber das minhas pintas!

Fez par na minha rima!

Não cortou meu cabelo e minhas unhas coloriu
de vermelho
na noite em que tua boca zunia no meu ouvido
enquanto minha língua
perfazia o caminho do teu umbigo
te recitei poemas enquanto falava teu idioma
Já era tarde
fiquei, quis, permaneci sob tua redoma

E
Depois

De balões no céu
como pensar em despedida?
Acho graça quando você passa e me pede paciência
Enquanto teus olhos me lêem com tanta essência
que minha vontade de ficar
extrapola a consciência
e eu fico
vou ficando
vou morando
vou acordando lenta e devagar
como um sonho dentro de um sonho...
e eu ainda nem sei se quero acordar.




e então não mais doía
era só o espírito
que transcendia














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