Repressores hão de reprimir.




Prometi para minha mãe que não me pronunciaria a respeito dos 'manifestos' que tem acontecido em várias cidades do país, inclusive aqui em Porto Alegre, conquanto, prometi também que não me omitiria ao fato de que onde houvesse injustiça, eu levaria a paz. Pois bem, desculpas mãe, mas sou dessa tal geração Y: Egoísta, superficial e desatenta, como tanto falam as revistas por aí.

Os manifestos começaram no início do mês de maio, se não me engano, aqui em Porto-Alegre. Por várias causas diferentes, jovens do DCE da Federal se reuniam e manifestavam (hora pacificamente, hora agressivamente) em resposta as injustiças brutais que vem sido cometidas pelo governo e por uma sociedade omissa. O primeiro (Se bem me lembro) foi contra o aumento das passagens de ônibus na cidade. Um movimento que reuniu milhares de pessoas, e de forma gritante alarmou o resto do país sobre a exorbitante massa de manobra política que vinha se instalando na cidade. Ok, por livre e espontânea vontade chegaram lá, revindicaram seus direitos e... Depredaram a prefeitura! As coisas fugiram ao controle,  várias pessoas saíram machucadas, entre elas mulheres, jovens e policiais. No outro dia, lá estavam os mesmos baderneiros na porta da delegacia a fim de libertarem os parceiros partidários. Talvez tenha havido uma reunião para controlarem os ânimos, recolherem as bandeiras de partidos, talvez até uma enquete para saber se deviam ou não nomear o 'bloco do DCE' como organizadores dos manifestos, e enfim, decidiram de forma pacífica e out-partidária revindicar seus direitos de derrubada do aumento da passagem. Conseguiram! Bonito o movimento da juventude, bonita a força de vontade para ver as coisas mudarem! Será?
Aconteceu o mesmo em 80, quando a "tchurma" dos libertários revolucionários cheguevaristas assaltava uns bancos e quebrava uns prédios por aí, e a polícia em seu papel, recolhia os 'meliantes' e não deixava a massa se alastrar. Galera que enquanto escrevia analogias, permaneciam sentados em seu asilo político fora do país, ou tomando um sol na cobertura dos pais. Hoje, em um regime democrático, conquistado (?) e comandado pelo tal 'bloco revolucionário', vivemos em total e plena liberdade. Será?
Passaram-se os manifestos em POA, os quais serviram de exemplo ao país, e começaram os manifestos/protestos/vandalismos no resto do país. Como uma rede interligada, através do facebook. Os jovens saíram de suas poltronas, de dentro de seus livros, de dentro de suas casas e foram às ruas, o intuito de protestar pelos tais 0,20 centavos de aumento da passagem. Você ainda acha que foi pelos 0,20 centavos? 

Sinto que as coisas estão mudando, e uma ambivalência se instala nos meus pensamentos mais profundos: Até que ponto a juventude não é uma massa de manobra de quem quer tomar o poder? Vivemos em uma ditadura militar, das mais obscuras. Vivemos em um desrespeito mútuo, em um jogo jogado errado. Vivemos em um país onde jovens lutam por liberdade e não respeitam a liberdade do próximo. Assim é o caso dos racistas, sexistas, preconceituosos: Uns querem ficar por cima, enquanto outros por baixo. A questão aqui não é melhorar o país, e sim medir forças. Não me julguem mal, não sou nenhuma cientista política para analisar a sociedade em seu ínfimo, conquanto sou cidadã para analisar a sociedade em seu todo: Jovens anarquistas, jovens partidários, líderes políticos, baderneiros, encrenqueiros, talvez 10% de jovens bem intencionados e afim de mudar o país: Essa é a triste realidade.

"Vamos parar o Brasil":
Fico feliz de ver o povo acordar. Fico orgulhosa de ver meu povo se levantar por uma causa, de meu povo ser exemplo de luta por uma causa: Desde que essa causa seja a causa dos comuns, não a causa dos bolsos furados de outrém. Enquanto a causa de milhares prejudicar a vida de milhões, alguma coisa está errada. Quem baderna por badernar, tem mais é que ficar em casa. Talvez comecemos com 2, 3 pessoas bem intencionadas, mas realmente afim de mudar alguma coisa.

Me orgulho dos meus jovens, poucos e bons, que lutam por mudança. Me envergonho dos vândalos.
Me orgulho da minha polícia, poucos e bons, que lutam por segurança. Tenho pena do despreparo e da falta de amparo em que são obrigados a trabalhar.
Me orgulho de meu país, com um potencial enorme, de homens, mulheres e crianças de bem. De riquezas naturais, de povo de vontade. Me envergonho da corja que o comanda.

E sabe o que eu acho? Que o povo tem sim que, em massa, se erguer e protestar. Todos por uma causa, todos por um objetivo, sem vandalismo com propriedades que PAGAMOS IMPOSTOS para termos, sem ferir a polícia que está lá para EVITAR a violência. Eu sei, eu sei que há policiais desviados do objetivo principal, tamanho o desespero, conquanto, hemos de concordar que há manifestantes desfocados também. Que chegam lá com o único objetivo de medir forças com a polícia, os quais eles enxergam como inimigos mortais. Como estudante de direito e futura policial federal (Se Deus quiser e há de querer) faço-me entender desde os princípio que a polícia serve para evitar conflitos, protegendo o bem maior: Pessoas badernando no meio de pessoas que manifestavam pacificamente acarreta em inocentes machucados, infelizmente. Mas quantos inocentes morrem nas mãos de bandidos nas ruas, todos os dias? No país das calças bege, do pão e do circo, isso não faz diferença...

Peço licença, mas quando houver a conscientização de que esse manifesto é pelas causas do bem comum, vulgo educação, saúde e justiça, faço revolução com as flores que tenho em mãos. De gente morta por nada, a Turquia está cheia. 

QUEM LUTA PELA CAUSA: ME ORGULHO DE VOCÊS! QUEREMOS MUDANÇA!
 QUEM VANDALIZA: BUNDINHAS, VOLTEM PRA SUAS CASAS, E ARRUMEM SEUS QUARTOS, SEUS MERDAS!

Engraçado como os revolucionários de agora querem tirar o poder dos revolucionários de 80. 


(Pra eu ler daqui uns 20 anos: Sim, sou a favor dos manifestos PACÍFICOS).
menos mundo, mais Deus! Mais crença no bem que as pessoas podem fazer pras outras. Mais crença na força da juventude. Mais família, mais respeito.

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