o que eu sou, sou em par; não cheguei sozinha.






(...) e eu tinha uma frase dessas prontas, na ponta da língua, pra enxugar essas tuas certezas de quem eu era. "Love, apesar, a pesar e há pesar", como dizia Hilda Hist, como dizia Caio. Mas, pela primeira vez, preferi o silêncio de te esperar. Preferi ler, enquanto você tava no banho. Arrumar o quarto, varrer o chão. Deixei bilhetinhos espalhados pelo teu guarda-roupa enquanto ouvia Lenine zunir nos meus ouvidos com uma música que você me fez desgostar depois de um comentário desnecessário. São tantos os detalhes que me fazem ficar, que os porquês dão lugar aos apesares. Apesar da distância, eu fico. Apesar do pouco tempo, eu fico. Apesar da minha impaciência, eu fico. Apesar do teu gênio difícil, eu fico. Porque os porquês não são suficientes pra esse amor tamanho: "é totalmente sem cabimento o quanto de ti cabe em mim", e você sabe muito bem disso. Por isso, se tá difícil, eu explico:


"Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que remar também. Eu sempre desisti fácil, você sabe. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. Remar. Re-amar. Amar."

Me repara, não me compara. Eu sou toda você e já deixei de ser minha há muito tempo.

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