intenção

Tenho lido muito Osho ultimamente. Logo eu, tão anti-pregações-de-autoajuda, resolvi sucumbir a tais ensinamentos, vez que quem muito estimo me enfiou o livro goela abaixo. Pois bem, nunca mordi tanto a língua! Por entre ensinamentos sobre amor, sensualidade, solidão, liberdade e solitude, Osho fala sobre caminhos. Ele abre caminhos. Sinto como se balões estourassem dentro do meu corpo com as vívidas agulhadas saídas de pontas de frases que faço questão de circular. No entanto, lendo noite passada, percebi uma passagem sobre o certo e o errado e comecei a divagar sobre o poder da "intenção". Intenção é fazer algo mesmo sem precisar. Intenção é o querer, e o querer nos move através dos caminhos. Ocorre que não se ensina a intenção, no máximo, se ensina como ponderar entre certo e o errado e as consequências de tais ações, mas nunca se pode ensinar a amar. Porque intenção é isso: amar o tempo todo, primar pelo bom relacionamento, pelas boas ações. A intenção é intrínseca, é quase secundária quando se ama e se faz o bem, afinal, a intenção vai ser sempre a de alcançar o bem. Quantas vezes já não ouvimos a expressão: "não foi minha intenção?"; "eu não quis a magoar"; "não imaginei que isso aconteceria"? Essas expressões rotineiras nada mais são do que a demonstração de quem, de fato, não se importa com o bem. E como se ensina o bem? Até certo ponto se pode mapear os passos a fim de ensinar o caminho para o amor, mas, como quem não ama pode enxergar o que dói no outro? O grande erro que sempre cometemos é espelhar no outro as nossas ações. Fazer algo para que o outro se sinta bem, fazer algo para que o outro não se magoe. Osho não fala disso, e (despretensiosamente) nem eu. Quando não se tem a intenção de magoar, você não precisa - atenção para os verbos - fazer as coisas. Mas você quer, então você magoa. Quando você não tem intenção de magoar, você não precisa se "perder de si", porque só existe um caminho. Você quer, como forma de fugir do mundo terreno que você mesmo não consegue enfrentar. O que acontece é que as pessoas apenas são como são, seguindo caminhos paralelos que certo dia convergem em um só, tornando-se um círculo. Quem faz o bem, atrai quem faz o bem. Quem vive de amor, atrai amor. Pessoas diferentes, com formatos geométricos diferentes, jamais convergirão em um círculo, porque sequer caminham em paralelas. Ponderando sobre isso, comecei a rever algumas atitudes de pessoas próximas e percebi que quando não se busca a luz, só se encontra a escuridão, seja ela em uma noite de festa, seja ela em uma noite insone. Não se enxergam estrelas cadentes quando o mundo está de pernas para o ar e não há nada de mal nisso: ao menos se tira os pés do chão. E com tantas sacudidas do universo, tantos tapas nas costas frente a penhascos, só posso dizer: colocar a cabeça no travesseiro e estar em paz consigo mesmo é a melhor sensação do universo, e isso, com certeza, se dá por tirar o mal do caminho e só atrair o bem. Que assim seja, amém.

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