Texto mais louco que o padre do balão.




Não entendo porque ainda não fugi de você. Você, pequena-estressada-insaciável me promete assassinato, mutilação e o pior de todos: Teu silêncio, e eu tão bobo -como sempre- sorrio. Já fomos mar, agora só rio. Aprendemos a remar, re-amar e cá estamos novamente sobre essa tempestividade de maio, brigando pelos mesmos motivos dos 15, faltando os tais 30 pros 18+2. Quando perco o foco de ti, lembro que quem me fez foi você, dois anos atrás. Me acalmo dentro do teu abraço e nas tuas explicações falhas busco entender o sentido dos teus ciúmes compulsivos. Não entendo. Nunca te prendi, muito menos quis te mudar e na contrapartida ainda te fiz voar. Sempre fui introspectiva, te explicando essa minha sistemática de amar nos textos que de uma forma ou outra escrevo pensando no que fomos/no que somos/no que seremos - sei que seremos pelo menos uma lembrança boa no presente de cada um. Pois seremos presença. Presença na ausência: Não foi assim durante todo esse tempo? Seja por medo ou pelos outros eu's dentro de mim, sempre fomos ausência parcial. Sempre fomos a vontade escondida debaixo das cobertas da tua cama. Fomos a meia felicidade pintada na parede do teu quarto. Fomos as histórias nas manhãs frias de inverno. Sabe que, eu sempre adorei essa tua mania de gravador? Lembrar de tudo, exatamente como aconteceu, e me contar seis meses depois que a desculpa que eu usei eu já havia usado antes, e aí a gente briga feito cão e gato. Se persegue, se humilha e se aninha no nosso canto, fumando um cigarro. A gente falhou muito nesse tempo todo, a gente nem foi 'a gente' nesse tempo todo mas 'a gente' sempre vai ser 'a gente' independente de qualquer gente que esteja no caminho. Sei lá se é normal essa tua perseguição incessante e insuportável por cada passo meu, mas eu não fujo de ti né? No fim, quem te deixou decorar meu RG, CPF e endereço fui eu. Mas eu sempre soube lidar e não te recrimino por tentar ser feliz agora, por estar tentando me esquecer ou por estar magoada por eu não ligar mais como antes. Você ainda me espera, eu ainda te espero. Assim a gente vai vivendo, concavo e convexo. O problema são esses filmes que a gente não lembra, as músicas nas legendas e esse meu gosto por não estar sozinha. Chega semana que vem e você completa um mês, não é isso? Não me importo de ser figurante, não preciso nem ter nome nessa tua nova história, me deixa de canto só pra eu poder te observar sendo. Me deixa de lado, mas não me deixa. Me perde, mas não se perde dentro de mim. Vive, mas me deixa viver contigo. Se desculpa, me desculpa e desculpa essa ânsia de acertar. Chora, esperneia, grita, mas me procura uma noite dessas, quando ninguém mais suprir tua necessidade de mim. Me bate então, me xinga, seja tu mesma, mas desce essa montanha comigo já que a gente subiu até o topo e não tem mais pra onde ir. Perdoa a minha memória fraca, minhas desventuras e eu perdoo tua tentativa de seguir sem mim.

Comentários

Postagens mais visitadas