toda vez que passo você nem nota...




Me explica, guri. Me explica como eu lido com essa vontade? Tô acostumada a ter tudo, se é que tu me entendes, e aí aparece tu, guri, e me tira do eixo dessa forma. Teus olhos me gritam, chamam, imploram para que eu reconheça que te preciso. Meus olhos suplicam, lacrimejam e não desviam quando enfim, te encontro nos corredores e até de olhos fechados reconheço tua voz me entorpecendo. 
Mas meu Deus! Mal te conheço! O que sei de ti são murmúrios e ao mesmo tempo te reconheço como o único capaz de me fazer acreditar que meu mundo não é uma bobagem e essa minha vontade de amar-sem-limites é tão normal quanto o teu gosto por livros. Tô com medo, guri. Me tira esse medo, me tira essa pressa, me faz acreditar que tu vai gostar tanto quanto eu gosto. 
Me explica o porquê de não conseguirmos ficar no mesmo lugar, juntos, por mais de dez minutos? Me explica o porquê desse aperto no peito e esse incômodo toda vez que ouço teu nome e vejo teu carro? 
Me explica porquê meu sobrenome é expectativa e eu já tô assim, boba?
Talvez porque daqui pra frente vai ser tudo diferente e eu não hei de precisar de nada além do reflexo dos teus olhos nos meus. (Mesmo que de longe).

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