Serendipity




Jamais imaginei que a vida fosse fácil, que a maturidade viesse do dia para a noite ou que eu fosse estar onde estou. Jamais cogitei, nem mesmo na mais remota hipótese, que brindaria com a vida a chegada -e estadia de pessoas tão lindas, que acrescentariam tijolos na construção das vigas de sustentação de minha ponte, do sonho para realidade. Na verdade nunca havia pensado em como as coisas mudam constantemente e como a paciência é uma linha tênue entre querer e poder. Sempre estive ciente de que os Astros, Deuses, Mantras e Karmas regessem alguma coisa que não é o destino, porque destino é a vontade de tomar uma atitude para mudar as coisas. Destino então é escolha de mudar, certa ou errada, vai lhe guiar pra onde tu estas agora. Dias atrás eu estava na beira do mar. Acredito que a psicologia e a filosofia surgiram na sensibilidade do horizonte, visto da areia. É quase um abraço de mãe, depois de cairmos e nos machucarmos, é a paz que não se vende em tabletes ou comprimidos nas farmácias. Desde então, comecei a analisar certas escolhas, que direta ou indiretamente afetariam não só meu caminho, mas também o das pessoas ao meu redor. Apesar de tentarmos seguir na constância, renascemos todos os dias na busca de sermos diferentes do habitual, procurando a felicidade plena - aquela da linha do horizonte vista da areia. Instruí-me ao longo deste anos a encontrar essa felicidade nas pequenas coisas. Gotas de orvalho às seis da manhã. Cama quente após um dia exaustivo. Sorrisos de bom dia. Amigos cantando. As cordas de um violão. Ensinei-me que a parte boa, não é apenas um lado e sim o todo. Que tudo pode ficar colorido quando temos a quem amar: Nós mesmos. Sinto falta de pessoas completamente felizes, que amem-se por inteiro. Arrisco até afirmar que nunca às conheci, afinal, já dizia o poeta: cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. 
Mas voltando ao sentindo literal da paz que exala felicidade, lhes conto: Não faço parte das pessoas plenamente felizes. A procuro incansavelmente dia após dia, e apenas encontro a surpresa de descobrir que felicidade não é procura. Felicidade é ser, existir e estar. Na beira do mar ou do penhasco, a felicidade encontra-se no aprender e no descobrir: Aprender à amar-se como se é e assim, amar ao próximo como a si mesmo. Estejamos conscientes de que as expectativas que amparam-se no destino são consequência de pequenas atitudes diárias e que a dor é resto: resto de coisas mal terminadas. Permita-se renascer todos os dias, mesmo que a vida te cobre a mesmice e não deixe-se abalar, pois se tudo está pesado demais, é porque Alguém lá em cima, dentre Deuses, Mantras e Karmas acredita que você é forte afinal, quem mais entenderia essa dança que chamam de destino, além de você mesmo?

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